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Uma cidade moderna, exuberante, mas rica em história

Publicado em: 10/11/2023
Por: Adilson Fonsêca
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Andar pelo centro antigo de Salvador é viajar na própria história do Brasil, descoberto em abril de 1500, mas que foi em Salvador deu os primeiros passos para se consolidar como a mais importante possessão do antigo Reino de Portugal. Primeira capital do Brasil, e o mais importante porto do Atlântico, fundada em 1549, cresceu voltada para a Baía de Todos os Santos, com ruas e casarios construídos na encosta defronte ao mar, onde hoje se situa o Pelourinho, a Praça Municipal e a Rua Chile.

Quatrocentos e setenta e dois anos depois, a cidade guarda uma relíquia arquitetônica única no Brasil, com sobrados, igrejas e ruas ainda calçadas em pedra, A vida urbana ia da Praça Castro Alves até o Paço Municipal, onde hoje se situa o Elevador Lacerda, a Câmara dos Vereadores e a sede da Prefeitura. E se estendia em direção leste, até o Pelourinho, com seu quadrado de Igrejas formando o Terreiro de Jesus, e se alongando por ruas becos, no que hoje é o Pelourinho, até as Portas do Carmo, espécie de limite urbano da cidade.

Quem anda no coração histórico de Salvador depara-se com uma rua Chile moderna, que graças a um trabalho de revitalização, mantém suas características antigas. Nela estão os dois melhores hotéis de Salva dor, o Fera Palace e o Fasano, localizados em prédios estilizados e construídos nas duas décadas iniciais do século passado. Ela é a ligação entre a Praça Municipal e a Praça Castro Alves, que delimita a parte norte antiga, formada pela Avenida Sete, que leva aos elegantes bairros da Vitória, da Graça e da Barra, e à orla marítima da cidade.

De pouco mais de 300 metros de extensão, a Rua Chile é o símbolo que une o antigo colonial ao moderno, sem perder o charme que ostentou, como a rua mais antiga do Brasil, criada com a própria fundação da cidade, em 1549. Conhecida antes como Rua Direita dos Mercadores e depois como Rua Direita do Palácio, o nome atual veio através de um Decreto da Câmara dos Vereadores, como forma de homenagear a Marinha do Chile, uma das mais poderosas do mundo, em visita à Bahia, em 1902.

Cheia de glamour, a rua concentrava as principais lojas e magazines, como a Slopper, Adamastor e a Duas Américas, esta última a primeira a oferecer aos baianos o serviço de escada rolantes, em 1958. Os primeiros postes de luz a gás também foram instalados na Rua Chile, e o primeiro hotel da cidade denominado Hotel Meridional, construído em 1915, que não mais existe. Na década de 30 do século passado surgiu o Palace Hotel (atual Fera Palace) que hospedava artistas nacionais e personalidades estrangeiras em visita a Salvador ou para fazer shows.

Outras histórias

Mas se a cidade é conhecida mundialmente pela sua história da época do Brasil Colônia, marcos se espalha por toda a parte central que contam um pouco dessa transformação ao longo dos séculos, e que 472 anos depois, ainda atraem a curiosidade de baianos e turistas. Do Mercado Modelo, um dos pontos mais visitados da capital baiana, {à Igreja do Bonfim, berço da religiosidade da maior manifestação do sincretismo religioso no Brasil, com sua famosa Lavagem do Bonfim, há sempre a união entre passado e presente, apontando para o futuro.

 

Marcado Modelo – Hoje é um dos principais centros de visitação de Salvador. Construído em 1912, ocupa, desde 1971, o prédio da antiga Alfândega de Salvador. Fica defronte ao Elevador Lacerda e é como a porta de entrada para a Cidade Baixa, e a Baía de Todos os Santos, pois está localizado junto ao porto e ao terminal de turismo náutico. É tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.

Com 8 410 metros quadrados e dois pavimentos, abriga 266 lojas que oferecem a maior variedade de artesanato, presentes e lembranças da Bahia, contando com dois dos mais tradicionais restaurantes de comidas típicas baianas, o Maria de São Pedro e o Camafeu de Oxossi. O Mercado Modelo surgiu pela necessidade de um centro de abastecimento na Cidade Baixa de Salvador. Entre a Alfândega e o largo da Conceição, constituía-se em um centro comercial onde era possível adquirir itens tão variados como hortifrutigranjeiros, cereais, animais, charutos, cachaças e artigos para o Candomblé. O abastecimento de mercadorias era feito por saveiros, que atracavam na rampa que leva o seu nome. Em 1922, um incêndio destruiu suas instalações. Reformado, tendo a sua pintura original – amarela e vermelha – sido substituída por verde, ganhou o apelido de Tartaruga Verde.

Em 1943, um novo, causou nova destruição. Em 1969 foi vítima do mais violento incêndios sua história, a tal ponto de inviabilizar a reconstrução do primitivo imóvel, cujos escombros necessitaram ser demolidos. E então em 1971 ocupar o edifício da 3ª Alfândega de Salvador, uma construção, de estilo neoclássico, do século XIX. Um novo incêndio em 1984, já no atual prédio, destruiu instalações e levou a uma extensa reforma do edifício, No local, onde funcionava o primitivo Mercado, foi erguida uma escultura de Mário Cravo Junior, o Monumento à Cidade do Salvador, destruído também por um incêndio, em 2019, a ser restaurado.

 

Igreja do Bonfim – É O maior símbolo da religiosidade e do sincretismo de Salvador, palco da maior manifestação de rua depois do carnaval, com a famosa Lavagem do Bonfim, um cortejo popular que sai da parte baixa do Elevador Lacerda e percorre os oito quilômetros até a Colina onde fica a igreja do santo mais popular dos baianos e dos turistas.

As imagens de Nosso Senhor do Bonfim e de Nossa Senhora da Guia vieram, de Portugal em 1745. E a festa da lavagem teve início em lavagem da igreja teve início em 1773, quando os integrantes da “irmandade dos devotos leigos” obrigaram os escravos a lavarem a igreja como parte dos preparativos para a festa do Senhor do Bonfim, no segundo domingo de janeiro, depois do Dia de Reis. Com o tempo, adeptos do candomblé passaram a identificar o Senhor do Bonfim com Oxalá, gerando uma reação contrária da Arquidiocese de Salvador. Mas hoje a festa é uma harmonia entre o Catolicismo e os adeptos das religiões de matrizes africanas.

Farol da Barra – Ele é a porta de entrada para a Baía de Todos os Santos e também para a própria história de Salvador. Localizado na pra do Farol da Barra, vizinha ao Porto da barra, faz parte do Forte Santo Antônio da Barra. Pela sua beleza, é ponto preferido para as selfies de baianos e turistas. Em suas instalações está o Museu Náutico da Bahia, que possui um rico acervo histórico formado por objetos de diversas épocas, alguns deles submersos por até 300 anos, e que ajudam a compreender a relação do homem com o mar e da Bahia com o Farol.

De acordo com o Portal da Marinha do Brasil, o Farol da Barra foi construído em 1536, treze anos antes da fundação de Salvador, sendo a primeira fortificação do País, e é um dos principais pontos turísticos da capital baiana. A torre atual, posssui 22 metros de altura, fe oi instalada em 2 de dezembro de 1839, em homenagem ao nascimento de D. Pedro II. Esse importante auxílio à navegação emite feixes luminosos nas cores branco e vermelho podendo ser avistados a 70,3 quilômetros (38 milhas náuticas) de distância.

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