Férias arremetem à praia, sol, cerveja e corpos dourados, certo? Sim e não. Se você conseguir reservar uns três dias para um programa bem diferente, no sertão da Bahia, garanto que não vai se arrepender. Pelo contrário. Vai querer voltar e repetir o passeio.
Estamos falando de Paulo Afonso e seus mistérios embaixo da terra. É lá que está uma das maiores cavernas do mundo, com 210 metros de extensão, 24 metros de largura e 55 metros de altura sob o leito do rio. Mas não é tudo. Esportes radicais têm nesse pedaço de Bahia um espaço nobre e os praticantes, adoram. Isso sem contar os canions de perder o fôlego.
Para chegar lá, a partir de Salvador, a distância é de 435 km seguindo pela BR-110, e diariamente saem ônibus do terminal Rodoviário de Salvador em viagens que duram em média seis horas.
Mas o longo percurso vale a pena, quando se vislumbra a capital dos esportes radicais na Bahia e a sede do primeiro complexo hidrelétrico do Brasil: Paulo Afonso, na margem do Rio São Francisco e incrustada no Semiárido Baiano.
Conhecida nas décadas de 70 e 80 como a “cidade das usinas hidrelétricas”, por causa do complexo hidrelétrico montado pela Chesf (Companhia Hidrelétrica do São Francisco, onde estão as hidrelétricas de Paulo Afonso I, II, III e IV, Moxotó (Apolônio Sales) e Itaparica (Luiz Gonzaga), a cidade faz divisas com os estados de Sergipe e Alagoas e possui belezas rústicas inigualáveis.
Hoje, além da geração de energia, o complexo hidrelétrico é também um tour turístico quase que obrigatório para turistas baianos e de outros estados que visitam a região.
No passeio no Complexo Hidrelétrico, lagos, quedas d`água, vegetação nativa, pontes estreitas e flores, muitas flores, oferecem uma diversidade de cenários para os visitantes.
Infratestrutura – A cidade de Paulo Afonso conta com boa infraestrutura hoteleira e gastronômica e atrativos como as belas paisagens do Canyon do Rio São Francisco, que podem ser visitados em passeios a bordo de catamarãs.
O Canyon, uma extensão de 65 quilômetros de vales profundos escavados e encostas com diversas formas de relevo formadas pela ação erosiva da água e dos ventos. Alguns têm paredões de granito com mais de 110 metros de altura.
Gastronomia – O filé de tilápia ou de surubim ao molho de alcaparras. Turismo e a Gastronomia são inseparáveis, pois não têm como se fazer turismo sem uma boa degustação. E em Paulo Afonso pode-se desfrutar bem disso.
Lá se pode comer tanto um acarajé, semelhante aos que se fazem em Salvador, como provar a Buchada, a Rabada, o Bode Assado ou guisado, a Galinha de capoeira, o Doce de umbu. O peixe frito, ou em moquecas, dentre eles a tilápia, são opção imperdível.
Serras e Maria Bonita – A mulher de Lampião, o Rei do Cangaço tem a casa onde viveu preservada no Povoado Malhada da Caiçara, zona rural do município, há 38 quilômetros da sede. Mantém a mesma linha arquitetônica.
Num outro roteiro, a Serra do Umbuzeiro, no Povoado Riacho, distante 20 quilômetros do centro, é cenário para uma boa caminhada e apreciação vegetação típica do semi-árido, formações rochosas de arenito, grutas, cavernas e pinturas rupestres.
Atenção: durante as noites a temperatura chega perto dos 10ºC, mas durante o dia ultrapassa os 40ºC. Os passeios são feitos sempre com a presença de guia local e precisam ser agendados com antecedência para atender a normas do Ibama e da Funai.
Artesanatos – A arte de confeccionar toalhas em antigos teares. O artesanato local pode ser visto no distrito de Malhada Grande, a 18 km do centro, e preserva uma tradição antiga: a arte de tecer nos teares manuais. São teares rústicos, onde famílias inteiras produzem tapetes, redes, colchas, almofadas, entre outros. Lojas de artesanato e feirinhas instaladas nos pontos de maior movimento oferecem várias alternativas de produtos.