Se uma visita ao Centro Histórico de Salvador já era parte integrante e imprescindível para quem visita Salvador, com a revitalização do Terreiro de Jesus, logo na entrada do sítio histórico, ficou ainda mais agradável um passeio pela história de Salvador. Respeitando o traçado original, a praça do Terreiro de Jesus foi entregue à população de Salvador, turistas e demais apreciadores do espaço histórico, como resultado do trabalho de revitalização de toda a área.
É ali, na porta de entrada para o Pelourinho, que estão as principais igrejas do Centro Histórico – Catedral Basílica de Salvador, Igreja de São Pedro dos Clérigos, São Domingos, e o conjunto formado pela Igreja do São Francisco (com seu interior coberto em outro folheado) e o convento e a Igreja da Ordem terceira do São Francisco.
Um dos espaços de grande importância histórico-cultural de Salvador, existente desde o início da colonização do Brasil por Portugal, a praça do Terreiro de Jesus está localizada no coração do Centro Histórico da cidade, no Pelourinho. Está inserido em área tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e considerada Patrimônio Cultural da Humanidade desde 1985 pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).
Inspiração – A última intervenção importante feita na praça do Terreiro de Jesus ocorreu no início da década de 1950, em reforma idealizada pelo arquiteto paisagista Burle Marx, caracterizada pela repaginação do piso com formas orgânicas e sinuosas, plantio de novas espécies, inserção de bancos ao redor das árvores, manutenção do chafariz e de algumas espécies arbóreas pré-existentes.
O material utilizado no piso, como a pedra portuguesa, os seixos rolados pretos e as conchas da região, assim como a permanência do chafariz existente na praça, reforçavam a identidade do lugar. Por sinal, os projetos de Roberto Burle Marx para praças, parques e jardins foram idealizados e executados segundo conceitos até hoje inovadores e atuais.
Ao longo do tempo, o Terreiro de Jesus sofreu diversas descaraterizações, com a supressão e/ou modificação de elementos urbanísticos e paisagísticos. O projeto atual, coordenado pela Fundação Mario Leal Ferreira (FMLF) e desenvolvido pelo escritório A&P Arquitetura e Urbanismo, consiste no resgate da proposta de Burle Marx com as atualizações funcionais e paisagísticas necessárias para os tempos atuais.
História – Nos primeiros anos da década de 1550, pouco tempo depois da fundação de Salvador pelo governador-geral Tomé de Sousa, os jesuítas receberam a área norte da nova cidade, na qual os padres da ordem, liderados por Manuel da Nóbrega, construíram uma primeira capelinha de taipa e o primeiro edifício do Colégio dos Jesuítas. Devido à presença dos padres da Companhia de Jesus, o largo em frente passou a ser conhecido como “Terreiro de Jesus”.
Anos se passaram e a beleza do lugar continua chamando atenção de soteropolitanos e turistas, especialmente por ser a única praça do Brasil que está inserida em um conjunto arquitetônico onde há igrejas seculares ao seu redor: Catedral Basílica, Igreja da Ordem Terceira de São Domingos, Igreja de São Pedro dos Clérigos e Igreja e Convento de São Francisco, além da primeira Faculdade de Medicina do país.
A fonte do Terreiro foi interligada ao primeiro sistema de abastecimento de água do Brasil, o Sistema do Queimado. Ela traz a escultura de Ceres e de quatro mulheres que representam os rios baianos São Francisco, Paraguaçu, Jequitinhonha e Pardo.