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Rio Vermelho, o recanto da boemia em Salvador

Publicado em: 06/04/2024
Por: Adilson Fonsêca/Paulo Sampaio
Atenção: Caso qualquer das fotos que ilustram essa matéria seja de sua autoria nos informe via WhatsApp (71) 9.9982-6764 para que possamos inserir o crédito ou retirar imediatamente.

A noite está chegando e você ainda não decidiu o programa. Aonde ir em Salvador. Imagine um lugar onde você encontra de tudo em termos de diversão e gastronomia sem precisar se deslocar tanto. Gostos dos mais simples aos mais requintados, com opções diversas de preços, espaços e características. Para quem visita pela primeira vez ou quer conhecer um pouco mais desta cidade, nos seus segredos e magias, o Rio Vermelho é o lugar ideal.

Ali, à beira mar ou subindo as ruas estreitas do morro ou ainda descendo para o vale, baianos e turistas encontram o que há de melhor da capital que é considerada o berço da brasilidade. O toque dos tambores, a prosa de Jorge Amado cantada nas mesas dos bares, o tempero do dendê, nos tabuleiros de acarajé ou nos cardápios dos restaurantes. Tudo isso sem contar com o barulho do vai e vem do mar e os modismos em termos de comportamento e dança que os baianos reservam para cada verão.

O Rio Vermelho é por si só uma mistura, um pouco de tudo. Durante o dia, a magia do mar, com o vai e vem dos pescadores propicia uma agradável viagem. É possível comprar um peixe fresco ali mesmo, ainda se debatendo no fundo do barco.

Para quem quer um espaço quase exclusivo para o banho do mar e curtir o infinito, tem a Praia do Buracão, onde a praia parece ser um espaço privado, mas é livre e sem regras. Lá todas as tribos se encontram. De casais de namorados a surfistas, isso sem contar uma turma mais avançadinha que prefere viajar em outras ondas.

Mas se já é tarde ou noite e você ainda não provou um verdadeiro acarajé ou abará da Bahia, chegou no lugar certo. O agitado Largo de Santana abriga duas das maiores lendas do acarajé de Salvador: Dinha (hoje suas filhas) e Regina. E andando alguns passos a mais, a mais famosa atualmente: Cira. Não provar e até comparar esses bolinhos mágicos, que os africanos nos ensinaram a fazer é crime, tá! E você vai pagar cumprindo pena de 365 dias de arrependimento.

Do amanhecer para os notívagos ou para os madrugadores, ao entardecer, são sempre momentos especiais. Pois pode-se assistir à missa na Paróquia de Santana e sentir a brisa da praia soprar no rosto. Conversar com a Rainha do mar, Yemanjá, que tem sua casinha ali, construída pelos pescadores, e lhe agradar com oferendas. Afinal, na Bahia o que prevalece é o sincretismo religioso, que faz com que o Catolicismo e Religiões de Matrizes Africanas convivem em plena harmonia. Sincretismo que vai para a mesa, a música, os sabores e costumes.

E quando a noite cai, o bairro, que tem sua agitação costumeira, mostra a sua verdadeira identidade: é o palco da boêmia. O Rio Vermelho é boêmio na sua essência. Respira arte, poesia, música, onde todas as tribos se reúnem e todos os costumes e hábitos se harmonizam. Com diversas opções gastronômicas e musicais, é o ideal para quem adora curtir a noite da cidade e consegue mesclar clima de azaração com família. Há espaços para tudo e todos.

Se se quer badalação, azaração, o Largo de Santana é o ideal. No circular entre uma mesa e outra, ou mesmo nas filas para saborear o acarajé e o abará das filhas de Dinha ou Regina , há sempre oportunidade de se conhecer caras novas. E ali perto, entrando em beco, saindo em beco, boates e casas de shows oferecem públicos distintos e misturados, bem como opções gastronômicas das mais simples às mais sofisticadas.

Para os mais descolados, a indicação é o antigo Mercado do Peixe, hoje Vila Caramuru. O ambiente é bem simples e rústico, mas a comida de boa qualidade e os drinques, de dar água na boca, embora quem impere mesmo seja a boz e gelada cerveja.

Se o local for o Largo da Mariquita o ambiente muda, pois além de ser mais barato que a Vila, o ambiente é mais familiar, com adultos e idosos, que também aproveitam para comer um acarajé na Cira, outro símbolo do acarajé de Salvador, hoje, aliás, o mais badalado.

E as opções nessa filial da diversão, nesse imenso playground baiano, vai mais uma dica. É um local para curtir um bate-papo com os amigos, antes de seguir para as baladas, ou apenas almoçar. É o novo Mercado do Rio Vermelho, na Chapada, espaço também para compras, onde a rica culinária do recôncavo se apresenta nos mais de 100 boxes com ofertas de dar água na boca.

Se é hora do almoço, a praça de alimentação fica cheia. Destaque para o Don’Ana, restaurante tipicamente baiano, o cantinho da mais famosa quituteira baiana, Marta Goes, e o tradicional Bar do Edinho, um referencial, com seu cozido ou rabada, sempre antecedido por uma “Gabriela”, bebida típica do local e servida pelo próprio Edinho, em meio a dois dedos de prosa. Até porque se for para chegar e comer correndo, não presta. Coisa de baiano mesmo!

É esse sincretismo social, religioso, cultural e gastronômico que torna o Rio Vermelho o lugar mais moderno e eclético da cidade.. Está tudo ali, bem pertinho. Caminhar na praia, ir à igreja a pé ou apenas descer para pegar uma pizza na sexta-feira à noite são algumas das vantagens.

Como chegar

Não existem segredos. O bairro é bem central. De qualquer parte da cidade se chega ao Rio Vermelho, pois assim como o baiano em si, o bairro é eclético e, portanto, acessível a todos.

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