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Os caminhos da fé do Bonfim e de Santa Dulce dos Pobres

Publicado em: 07/03/2024
Por: Adilson Fonsêca
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Diz-se que ir a Roma e não ver o Papa é uma viagem in completa. Poderia se dizer também que vire a Salvador e não conhecer a Igreja do Bonfim. É também uma viagem incompleta, principalmente se no meio do trajeto até a Colina Sagrada. Não se não fizer uma parada, quase que obrigatória, para conhecer o Santuário Santa Dulce dos Pobres. Desde 2011, quando foi beatificada pelo enviado especial do Papa Bento XVI, Dom Geraldo Majella, em Salvador, e canonizada em 13 de outubro de 2019, pelo papa Francisco com o título de Santa Dulce dos Pobres, a primeira santa nascida no Brasil, a visita ao local faz parte do turismo religioso de Salvador.

Sempre de portas abertas para acolher e dar suporte espiritual a quem mais necessita, o Santuário Santa Dulce dos Pobres já funciona desde 2003 e foi erguido graças à ajuda de fiéis e das doações, mas ganhou dimensões com a canonização da freira. O santuário está localizado em Salvador, ao lado da sede das Obras Sociais Irmã Dulce (OSID), no Largo de Roma, e tem capacidade para mais de 1.000 pessoas sentadas. A igreja começou a ser erguida em 2002, a partir da Campanha do Tijolo, no mesmo local onde na década de 40 do século XX Irmã Dulce havia construído o Círculo Operário da Bahia e o Cine Roma.

Capela das Relíquias – Um dos locais mais visitados por baianos e turistas, a Capela das Relíquias é onde estão depositadas as relíquias (termo utilizado para designar o corpo ou parte do corpo dos beatos ou santos) do Anjo Bom do Brasil. A capela funciona em uma sala circular, com pé direito triplo, tendo ao centro o túmulo que guarda os restos mortais da Mãe dos Pobres.

Local de devoção e fé, foi aberta à visitação em dia 09 de junho de 2010, quando o corpo de Irmã Dulce foi transladado da Capela Santo Antônio (localizada no Memorial Irmã Dulce) para sua nova morada. A transferência foi feita após a exumação do corpo da religiosa, seguida então de uma vigília. Com a canonização, em 2019, o local passou por uma nova reforma, ganhando um túmulo de vidro com uma efígie em tamanho real da Santa Dulce dos Pobres.

Segunda filha do dentista Augusto Lopes Pontes, professor da Faculdade de Odontologia, e de Dulce Maria de Souza Brito Lopes Pontes, ao nascer em 26 de maio de 1914, em Salvador, Irmã Dulce recebeu o nome de Maria Rita de Souza Brito Lopes Pontes. Em 20 de outubro de 1991, recebe no convento, em seu leito de morte, a segunda visita do Papa João Paulo II ao Brasil, para receber a bênção e a extrema unção. O “anjo bom da Bahia” morreu em seu quarto, de causas naturais, aos setenta e sete anos, às 16h45 do dia 13 de março de 1992.

Santuário do Bonfim

Conhecida mundialmente por causa da festa da lavagem, que sempre ocorre na segunda quinta-feira de janeiro, a Festa do Bonfim é o principal cartão postal de festas populares que antecedem o carnaval de Salvador. Mas independente da festa, é a Igreja do Senhor do Bonfim o principal marco religioso da capital baiana, atraindo turistas do Brasil e do exterior duramente o ano todo.

A devoção ao Senhor do Bonfim existe desde Abril de 1745, quando uma réplica da imagem do Senhor do Bonfim foi trazida de Portugal para Salvador, iniciando, assim, a construção da Igreja do Senhor do Bonfim, no bairro do mesmo nome, na Cidade Baixa. Mas não foi somente a igreja que foi construída: neste momento começou, também, o culto ao Senhor do Bonfim e a Nossa Senhora da Guia, com a criação da “Devoção do Senhor Bom Jesus do Bomfim”, Irmandade de leigos reconhecida pelo então arcebispo Dom José Botelho de Matos, presente na fundação da mesma.

A capela teve suas obras iniciadas em 1746, e no dia 24 de junho de 1754, após a conclusão das obras internas, foi trazida da Capela da Penha para a Colina do Bonfim a sagrada imagem, em procissão, onde o VI vice-rei esteve presente, junto da população, na celebração de missa solene. O templo é um relicário de obras religiosas, e de devoção, com a chamada Sala dos Milagres, onde os fiéis depositam, oferendas atestando os benefícios religiosos que receberam, sendo um dos locais mais visitados,

Em 1772 as obras da capela foram concluídas. Em 1773 a festa litúrgica do Bonfim passa a ser celebrada no segundo Domingo da Epifania (2º domingo de janeiro). Também neste ano teve iniciou-se a tradição da lavagem da Igreja, quando os integrantes da “Irmandade dos Devotos Leigos” obrigaram os escravos a lavarem a Igreja como parte dos preparativos para a festa do Senhor do Bonfim, no segundo domingo de janeiro, depois do Dia de Reis.

Com o tempo, foi proibida a lavagem na parte interna do templo e o ritual foi transferido para as escadarias e o adro, iniciando-se com o cortejo de baianas que caminham desde a Igreja de Nossa Senhora da Conceição da Praia até o alto do Bonfim, carregando água de cheiro, num percurso de oito quilômetros de festa.

No dia festivo, a programação tem início com a alvorada às 5h e segue com missas, sendo que depois, os devotos e reúnem na Igreja dos Mares para a procissão dos Três Pedidos, que percorre o largo de Roma em direção ao Bonfim. Uma pregação e a benção do Santíssimo Sacramento encerram os festejos. Mas é o lado festivo popular, com o cortejo da Lavagem, que percorre 08 quilômetros entre o Comércio e a Colina Sagrada, que mais atraem baianos e turistas.

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