Freiras bebem?. Não. Mas sabem fazer um licor junino como ninguém. Esse ano não vai ter festa de São João, mas nada impede tomar um bom licor. Que o digam as freiras do Convento do Desterro, no bairro de Nazaré, área central de Salvador, que desde o início do século passado fazem licores de São João com receitas caseiras e tradicionais.
Jenipapo, passas (uvas secas), ameixa, canela, cravo e rosa. Os sabores são diversos e a bebida, que é um dos principais ingredientes dos festejos juninos, é fabrica do de forma artesanal e com receitas que são mantidas em segredo pelas freiras, que não bebem, mas fazem a alegria dos que vão brincar o São João.
Nos corredores, cujos acessos não são permitidos aos visitantes, as freiras do Convento de Santa Clara do Desterro, trabalham o ano todo para que no mês de junho possam expor ao público a sua produção de licores juninos.
Entre os meses de maio e junho, são produzidos mais de mil litros da bebida, mas até chegar às prateleiras da pequena loja, situada dentro do convento, os licores, que começaram a ser fabricados pela irmandade há cerca de 300 anos, passam por um longo processo de infusão e filtração.
Ao todo, são 28 sabores, que vão desde frutas como laranja, carambola e pitanga, até folhas medicinais, como guaco e hortelã.
Interior – Mas não só em, Salvador a bebida pode ser encontrada e fabricada. Em cachoeira, a 107 quilômetros da capital, no Recôncavo Baiano, ela é fabricada e comercializada em quase todas as casas. O famoso Licor de Cachoeira se espalha por todo o Estado, e ganha fama na Feira do porto, o São João do município, feito às margens do Rio Paraguaçu.
Marcada pelas comidas típicas e pelos licores de sabores variados, as festas juninas são realizadas em todo o estado. E quem visita a Bahia nesse período do anjo, não deixa de levar, como lembrança, os tradicionais licores, cujas receitas são passadas de pai para filho, de geração em geração, mas mantendo o mesmo sabor único dessa bebida que reaparece à cada ano, sempre no mês de junho.