O Forte Santa Maria é pequeno para as dimensões de um forte. Mas imenso nas dimensões culturais e históricas de Salvador. E de passagens heroicas. Construído em 1614, fez parte de um comando unificado, entre 1624 e 1694, com os quais cruzava fogo na defesa da barra do porto da Vila Velha, local de desembarque do primeiro donatário da Capitania (Francisco Pereira Coutinho, 1536), e do primeiro governador-geral da Bahia (Tomé de Sousa, 1549).
Foi a primeira sentinela, de um conjunto de fortificações que se estende pela Baía de Todos os Santos e compõe, ao lado do Farol da Barra e do seus coirmãos, os Forte de São Diogo e o Forte de Santo Antonio da Barra, o primeiro tripé de defesa da Cidade do Salvador, no período do Brasil Colonial.
Palco da Invasão Holandesa na Bahia, ainda guarda a história desse período, através de uma placa em bronze, comemorativa, no lado direito do Portão de Armas, recordando aos visitantes:”Aqui desembarcaram aos 9 de maio de 1624 os holandeses comandados por Albert Schonten e aos 30 de maio de 1625 as primeiras tropas restauradoras de D.Fadrique de Toledo”.
Tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), em 1938, pelos seus corredores e paredes, respira-se e ainda se vê um pouco da história da Bahia e do Brasil do século XVII.
Como parte de um triângulo defensivo na entrada da Baía de Todos os Santos, rechaçou, nos meses de abril e maio de 1638, o assalto das forças holandesas, comandadas pelo príncipe e Conde Maurício de Nassau.
Nas suas estruturas em pedra e cal, que remontam a 1696, há desenhos do artista José Pais Esteves, de influência arquitetônica italiana, apresentando planta na forma de um polígono heptagonal, com quatro ângulos salientes e três reentrantes e parapeitos à barbeta, que mais tarde deram a forma original do forte, até hoje não mais como num guardião da defesa contra os invasores vindos por mar, mas um guardião das histórias e culturas da Bahia.