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Descubra a Bahia pelas ruas do Centro Histórico

Publicado em: 24/08/2023
Por: Adilson Fonsêca
Atenção: Caso qualquer das fotos que ilustram essa matéria seja de sua autoria nos informe via WhatsApp (71) 9.9982-6764 para que possamos inserir o crédito ou retirar imediatamente.

Não é preciso ser uma data festiva, muito menos haver um ensaio de uma banda, e muito menos ser uma data especial para que as manifestações culturais e históricas estejam presentes em cada rua, cada esquina, cada beco do Centro Histórico de Salvador.

Seja numa missa celebrada ao som de atabaques, com devotos católicos se misturando com pais, mães e filhas de santo, ou numa roda de capoeira em plena praça se respira Bahia. Seja um artista plástico pintando em plena esquina ou uma baiana oferecendo suas iguarias num tabuleiro que parece enfeitiçar com o acarajé e o abará, Salvador encanta e o baiano é a própria manifestação da história e da cultura da sua terra.

E o Centro Histórico é esse berço natural onde todos os povos e culturas se reúnem e convivem de forma harmoniosa, fazendo de Salvador, a Cidade da Bahia, como ficou conhecida na história, um lugar único.

 

A religiosidade

Para quem não conhece, a Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, ao pé da Ladeira do Pelourinho, é pioneira no sincretismo religioso. E é no domingo pela manhã que ela oferece ao público a sua principal atração, a missa tradicional das 10 horas, com cânticos acompanhados por instrumentos africanos como atabaques, agogôs, tamborins e repiques, além de incenso perfumando o ambiente, sendo uma das maiores expressões do sincretismo baiano.

Tombada como Patrimônio Histórico pela UNESCO/ONU, a construção da igreja levou quase todo o século 18 para ser concluída – ela foi erguida pelos membros da Irmandade de Nossa Senhora dos Homens Pretos do Pelourinho, escravos que só podiam trabalhar na obra em seus momentos de folga. Finalizada em 1796, é um dos marcos do Centro Histórico, com torres de influência indiana e fachada em estilo rococó.

Os santos e os orixás

Se no quadrado da Praça do Terreiro de Jesus estão a Catedral Basílica de Salvador, sede da Sé Primacial da Bahia, e as igrejas de São Francisco, Ordem Terceira de São Francisco, São Domingos e São Pedro, ali também estão a sede histórica da Federação espírita do Estado da Bahia, a Sociedade Protetora dos Desvalidos, e inúmeras lojas que vendem artigos de umbanda, esculturas representativas dos orixás e figuras dos pretos velhos.

O Centro Histórico é assim. Entre uma missa e outra, o repicar de sinos, ouve-se o som cadenciado do berimbau, herança dos antigos escravos africanos, tocados em uma roída de capoeira armada em frente Catedral Basílica. E mesmo na porta das igrejas, baianas trajadas com suas indumentárias típicas, símbolo das religiões de matrizes africanas, leem as mãos, fazem previsões e distribuem bênçãos em nome dos orixás. Tudo na mais completa confraternização.

A gastronomia

O que não falta ao Centro Histórico é restaurantes, bares e cafés. Você pode degustar um cuscuz árabe no Largo do Santo Antonio ou um cardápio andino, mas se quiser, logo abaixo, em direção ao pelourinho, pode desfrutar da tradicional moqueca baiana no Restaurante do Hotel do Pelourinho.

Para os mais sofisticados existem as opões dos cafés fartos e refinados, como o da Pousada do Boqueirão, no Largo do mesmo nome, no Santo Antonio Além do Carmo. Basta ligar no dia anterior para avisar. Lá os pães são caseiros e os bolos são feitos com leite de licuri e queijo de cabra do Sertão. Experimente também as quintas gastronômicas do Narduzz ou do Restaurante Porò. Você não vai se arrepender.

Para os mais descontraídos, nas esquinas do Pelourinho, pequenos bares e cafés oferecem de tudo. Mas o charme mesmo continua sendo a tradicional Cantina da Lua, defronte ao Largo do terreiro de Jesus e na esquina da Ladeira do Pelourinho. Se não quiser almoçar, basta atravessar a praça e parar no Cravinho, o mais tradicional bar reggae da cidade e lá saborear bebidas como o jatobá, o próprio cravinho e o babatanã.



Arte nas ruas

Em meio a essa mistura de tipos, cores, raças e credos sobrevivem as costureiras e oficinas de costura, que fazem consertos e ajustes de roupas, no Santo Antônio Além do Carmo. Santo Antonio que é também um pequeno bairro onde se concentram vários artistas, um local que tem atraído cada vez mais gente descolada, intelectuais, amantes da cultura, para ocupar alguns dos imensos casarões que se espalham desde o Largo do Pelourinho até o Forte de Santo Antônio. Os moradores antigos dividem espaço com jovens artistas que descobriram nas ruas estreitas e calçadas com pedras “cabeça de nego” a opção de unir o ideal artístico com a beleza do lugar.

Já nas ruas do Pelourinho, pode-se fazer trançados nos cabelos, independente de a pessoa ser branca ou negra, bem como se adornar os braços e tornozelos com pulseiras, colares e até mesmo patuás. E tudo isso enquanto se degusta um bom acarajé apimentado, que além de ser uma iguaria tipicamente baiana, com origem em Salvador, ganhou ingredientes próprios, como o caruru (quiabo cortado) e o camarão, que é vendido por baianas em uma das inúmeros esquinas do Centro Histórico, em tabuleiros ricamente ornamentados.

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