Costa do Dendê, um paraíso ainda quase inexplorado

Normalmente quando se fala na “Costa do Dendê”, essa parte do litoral baiano, que vai de Valença até a Baía de Camamu, costuma-se se referir a Morro de São Paulo e Boipeba, duas ilhas do Arquipélago de Tinharé, e consideradas verdadeiros paraísos para baianos e turistas, por causa de suas praias, rios e manguezais. Contudo, essa região, também denominada de Baixo Sul Baiano, ainda é um paraíso, quase inexplorado, formada por praias, ilhas paradisíacas, rios, cachoeiras, manguezais e restingas, e pequenas cidades que margeiam a rodovia BA-001 até Itacaré,

Região de produção de dendê, guaraná e criatório de caranguejos e guaiamuns, por causa dos seus inúmeros rios que formam manguezais próximos às praias, é também cenários de expressões artísticas, como o Zambiapunga, dança folclórica trazida pelos antigos escravos africanos e que expressa, em roupas coloridas e máscaras, o deus supremo dos candomblés de alguns países, como Angola e Congo. Mas também de monumentos arquitetônicos coloniais, em perfeito estado de conservação, que merecem ser visitados.

Na faixa estreita dos dois lados da rodovia que corta as cidades, entre Valença a Camamu, erguem-se vilarejos, plantações de dendê e guaraná e, mais recentemente, seringais. Nesse cantinho do litoral brasileiro, se encontra um pouco de tudo, um verdadeiro mosaico de belas paisagens e história, como as olarias artesanais, praias ainda inexploradas, bons hotéis e restaurantes, e uma gastronomia única no Brasil, num a mistura da herança dos escravos africanos, com o tempero típico da Bahia.

Onde fica

A Costa do Dendê, Ou Região do Baixo Sul, está localizada entre as regiões Sul e Norte do Estado, em uma área de mais de 100 quilômetros de litoral, que vai do limite Recôncavo Baiano, na foz do Rio Jaguaripe, a partir da cidade de Valença, até a Baía de Camamu. É considerada uma das partes mais belas do litoral baiano, com praias de águas mornas e límpidas, e uma infinidade de pequenos rios, que formam uma das maiores extensões de manguezais em extensão ininterruptas do Brasil.

Para se chegar ao local, existe a opção por terra, a partir da BR-101, que se inicia próxima à cidade de Feira de Santana, e de lá entrando por uma rodovia estadual até a cidade de Valença, ou atravessando a Baía de Todos os Santos, pelo sistema ferry boat, e usando a BA-001 até Nazaré e de lá segundo para Valença. Nos dois caminhos, a região está a menos de 300 quilômetros da capital, por terra ou por mar. Para quem quer uma viagem mais rápida, é possível sair de Salvador de avião, em um voo de menos de uma hora até Ilhéus, que fica a 127 quilômetros de Camamu.

Cidades da Costa do Dendê.

Cheias de histórias, que se expressam nos seus casarios, gastronomia e manifestações folclóricas, a Costa do Dendê tem cenários paradisíacos, praias belíssimas e ótimas opções de lazer e entretenimento, fazendo dela uma das regiões mais visitadas do litoral baiano. Esse trecho do litoral baiano é composto pelas cidades de Valença, Taperoá, Nilo Peçanha, Ituberá, Igrapiúna, Cairu e Camamu.

Valença – Com uma boa infraestrutura turística, é a porta de entrada e a maior cidade do Baixo Sul. É ponto de partida para Morro de São Paulo e Boipeba, e até mesmo para quem quer explorar as ilhas da Península de Maraú.

Nilo Peçanha – Próxima a Valença, a cidade é uma das mais velhas, existindo como povoado, vila e depois cidade, desde o final do século XVI, com o nome de Vila de São Antônio de Boipeba. No entanto, em 1930 o município ganhou seu nome atual. É a cidade das manifestações do Zambiapunga e de um intenso comercio de azeite de dendê e caranguejo.

Taperoá – Entre os municípios da Costa do Dendê, Taperoá une belezas naturais e muita história, uma vez que teve origem a partir de uma aldeia indígena, chamada de São Miguel de Taperaguá, fundada em 1561 por jesuítas. Coimo Nilo Pe4çanha, tem manifestações folclóricas e religiosas desde os tempos coloniais.

Cairu – É a única das cidades que não fica à beira da rodovia BA-001. Mas é a sede administrativa dos lugares mais procurados, como Boipeba e Morro de São Paulo. A cidade histórica de Cairu é por ilhas e vilarejos, manguezais e praias belíssimas. É ainda conhecida pelos seus pontos de mergulho, como o Tassimirim, as Pedras da Benedita e Tatiba, que ficam entre 3 e 7 milhas da costa. Mas também possui histórias na sua arquitetura colonial, dos séculos XVII e XVIII, nas ruas calçadas com pedras trazidas pelos antigos escravos africanos, e prédios o Convento de Santo Antônio e a Igreja Matriz de Nossa Senhora do Rosário, em estilo barroco.

Ituberá – É uma das cidades mais bonitas ao longo da BA-001, e possui uma pequena corredeira dentro da sua área urbana, formada por um dos rios que cortam a região. Localizada entre os manguezais do Canal do Serinhaém, maior rio da região, tem grandes encostas, onde se ergueu a cidade, mas também praias paradisíacas, como a de Pratigí, com águas mornas e calmas, e que na maré baixa um dos maios belos cenários da região, composto por coqueirais e mata nativa.

Igrapiúna – Até o final da década de 80 do século XX, era distrito de Camamu. Mas o local existe como vila desde o XVIII. A cidade possui belos cenários desenhados por praias, rios, cachoeiras, ilhas e manguezais. Na cidade, os principais passeios têm como destino a Ilha de Pedra Furada, com formações rochosas que circundam a ilha, como a famosa pedra furada. A ilha tem ainda uma pequena gruta chamada de Gruta da Vagina, por onde as pessoas passam para chegar até outra parte da ilha. Tem ainda lugares como a ilha Coroa Vermelha, com dunas no meio do oceano, e o Rio Igrapiúna com belas cachoeiras, como a Pancada Grande do Parafuso, com uma queda d’água gigantesca.

Camamu – Depois de Valença é a maior cidade da Costa do Dendê e local de embarque para os passeios de barcos pelas diversas localidades na Baía de Camamu e na Península de Maraú. Camamu é conhecida por possui uma Cidade Alta e uma Cidade Baixa, rico casario religioso do período colonial, com ricas histórias, por ser um dos municípios mais antigos do Brasil, criado a partir de uma povoação indígena em 1560.