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Casa do Benin é um pedaço da África no coração de Salvador

Publicado em: 24/02/2024
Por: Adilson Fonseca
Atenção: Caso qualquer das fotos que ilustram essa matéria seja de sua autoria nos informe via WhatsApp (71) 9.9982-6764 para que possamos inserir o crédito ou retirar imediatamente.

O endereço é bem no coração do centro antigo de Salvador, no final da Ladeira da Praça, em um pequeno largo defronte ao quartel do Corpo de Bombeiros, e entre a Baixa dos Sapateiros e os acessos para os bairros da Mouraria e Campo da Pólvora. E é nesse espaço totalmente restaurado, que fica um pedaço da África justamente na cidade mais negra do fora do continente africano, e onde a cultura africana se miscigenou com todos os povos, como em nenhum outro lugar do mundo.

Em tempos de pandemia do coronavírus, onde as restrições de convívio social são impostas com o distanciamento e sem aglomerações de pessoas, e adotadas regras rígidas de segurança sanitária, a Casa do Benin, em Salvador, é uma boa opção de turismo, e, ao mesmo tempo, de ampliação do conhecimento cultural sobre os nossos ancestrais africanos. No Centro Histórico, a Casa do Benin representa um pedaço da África, onde o intercâmbio de culturas de lá pra cá e daqui pra lá se cria. O Espaço Cultural possui importante acervo artístico e cultural afro-brasileiro, para valorização das relações culturais afro-brasileiras.

Mostra virtual – Para que os soteropolitanos possam conhecer o acervo permanente da Casa do Benin, já que o espaço está fechado por conta da pandemia, o espaço está realizando diariamente pelo Instagram uma mostra virtual. A atividade expõe, além de peças do acervo permanente, itens da exposição “Artes do Crer”, montada em parceria com o Museu Afro-Brasileiro da Universidade Federal da Bahia (Mafro/Ufba).

A Casa tem um acervo composto por cerca de 200 peças originárias do Golfo do Benin, colecionadas pelo fotógrafo francês Pierre Verger ao longo de suas viagens realizadas à África, para estudar os fluxos e refluxos entre África e Bahia. Também possui peças relacionadas à cultura afrodiaspórica, doadas por artistas e instituições. Outro fato interessante é que tecidos coloridos estão pendurados dando ainda mais vida ao local.

A reforma tem o projeto da arquiteta modernista ítalo-brasileira Lina Bo Bardi. No casarão se encontra o Espaço Museu Pierre Verger, onde estão expostas as peças do acervo permanente com obras beninenses; a Sala de Exposição Lina Bo Bardi, que recebe mostras temporárias; e o Auditório Gilberto Gil, local de realização de eventos e oficinas de pequeno porte voltados para a comunidade.

No pátio, existe o Espaço Gourmet Jeje Nagô, com arquitetura inspirada no estilo de restaurantes antigos das comunidades rurais beninenses. A “Tatassomba” é uma réplica de edificações existentes no Benin, desenvolvida pela arquiteta Lina Bo Bardi, feita de barro e com teto de palha. Também há uma outra edificação, toda em cimento queimado – uma das assinaturas da arquiteta. Ali, existe uma sala multifuncional, além de um terraço de onde é possível ver os casarões seculares do Centro Histórico com um outro olhar.

Além disso, a Casa do Benin realiza, promove, divulga e apoia, através das exposições, os artistas baianos que têm como inspiração a arte de matriz africana. Desse modo, o museu contribui de maneira significativa com o reconhecimento e valorização dessa arte, além de incentivar os artistas que nela investem e se inspiram. Já foram realizadas diversas atividades socioculturais e educativas, como palestras, encontros, cursos, oficinas e visitas guiadas, no sentido de valorizar e divulgar o conhecimento da cultura afro-brasileira, além de nos aproximar de maneira efetiva das comunidades que cercam o Museu.

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