Está esperando o quê? O verão só começa oficialmente em 21 de dezembro, mas na Bahia e em Salvador a alta estação já começou. Primavera aqui tem cheiro de verão. A cidade fervilha de atrações e por todo o Estado, seja nos 1.100 quilômetros de praias (a maior faixa litorânea do Brasil), onde se destacam Itacaré, Morro de São Paulo, Porto Seguro e a Baía de Todos os Santos.
Seja na Chapada Diamantina, Capão e Pati com seus vales e magia. Ou nos vales e cânions do Rio São Francisco, nas matas virgens, cachoeiras e nascentes do Vale do Jiquiriça ou nos Cerrados do Oeste, a diversidade geográfica e de clima oferece opções para todos os gostos e bolsos.
São 13 Zonas Turísticas nessa terá que é a mãe do Brasil. Onde o país começou, onde o brasileiro se reconhece e se reencontra com sua essência. E onde tudo acontece. Raças, culturas, religiões e histórias se fundem num sincretismo que se faz presentes nas festas populares. São tantas as opções que qualquer escolha se torna difícil.
Verdadeiras obras de arte da natureza, onde diversos cenários se misturam com a história e a ancestralidade, de africanos, de portugueses e de índios, criam uma áurea histórica secular, marcada por encantos e magia, onde tudo deságua na alegria.
Salvador – Cidade mais negra do mundo fora da África, tem mais de 80% da população afrodescendente. A comida, a religião, a cultura, a música, a dança e a arte provenientes dos povos africanos são encontradas aqui. Existe uma mistura única desses elementos da ancestralidade herdada dos antigos escravos africanos, que se misturam com o legado dos colonizadores portugueses e dos povos indígenas que aqui viviam, criando o que se chama de jeito baiano de ser.
O turismo étnico oferece roteiros específicos, como o bairro da Liberdade, com a maior população afro-descendente do país, cerca de 600 mil habitantes. Outro atrativo muito forte no bairro é o bloco afro Ilê Aiyê, fundado em 1974, pioneiro em trabalhos de inclusão social e valorização das raízes negras. Visitas aos projetos da entidade, além dos shows da banda, na Senzala do Barro Preto, no Curuzu, encantam os turistas.
Diversidade – Salvador, Porto Seguro, Ilhéus e Itacaré estão entre os principais destinos GLS do Brasil. Considerados gay-friendly, esses destinos se destacam neste segmento por proporcionarem ambientes democráticos, respeito à diversidade, vida noturna agitada, muita arte, cultura e privacidade. Para tanto foram realizadas qualificação do setor turístico, através da capacitação de pessoal para receber gays e lésbicas de forma natural e respeitosa.
Religiosidade – Rica em cultura, a Bahia também conta com inúmeras manifestações religiosas que dão conta da grandiosidade do culto, seja aos santos católicos, aos orixás ou aos caboclos. O melhor de tudo é que todas convivem em harmonia e se misturam quando dos festejos populares. Em todas as 13 zonas turísticas do Estado têm um pouco desse sincretismo.
Na Baía de Todos-os-Santos, a cidade de Cachoeira é um dos grandes ícones do sincretismo que parece vivo em cada esquina. No mês de agosto, a Festa da Boa Morte é o auge da mistura entre catolicismo e candomblé e encanta moradores e visitantes que vão à cidade apreciar as procissões organizadas pelas senhoras negras que integram a secular Irmandade da Boa Morte. Mas há também, na vizinha cidade de Santo Amaro manifestações semelhantes, como o Bembé do Mercado, o Nego Fugido e a tradicional Lavagem, por ser comandada, por várias décadas, pela Família Veloso, tendo à frente a matriacra, mãe de Caetano e Maria Bethânia, Dona Canô Veloso, hoje falecida.
Cultural – Na Bahia, quer seja em Salvador ou no interior, a relação turismo e cultura é intrínseca. Desde os primeiros registros de deslocamentos, tendo a cultura como motivação principal, em meados do século XVIII, nas viagens denominadas grand tours até a atualidade, as preferências e gostos dos turistas alteraram-se. Foram incorporadas novas formas de ocupação do tempo livre e, especialmente, de relacionamento com a cultura dos visitados, levando à caracterização do segmento denominado Turismo Cultural.