Terra do Axé, da magia, da culinária exótica, da ancestralidade do brasileiro, histórico, cultural e até mesmo antropológica, a Bahia também tem uma diversidade que vai além das coisas tangíveis., mas que se faz presente em cada esquina, beco, ladeira.A sua herança cultural, presente nas manifestações folclóricas, nas festas de largo, e no dia a dia de quem vive o seu cotidiano.
Dentre as inúmeras manifestações, que falam da ancestralidade do negro e do índio, mesclado com os portugueses na sua colonização, a Bahia é um rico acervo histórico e cultural, de onde se sobressaem a capoeira e o samba de roda, reconhecidos e tombadas pela Unesco/ONU, e pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional como Patrimônios Imateriais da Humanidade.
Nessa mistura de culturas, costumes, sabores e valores, a Bahia cultiva um acervo histórico que vai além da arquitetura, que é imaterial e traduz a sua própria história e do seu povo, como a capoeira, o acarajé e o seu sincretismo religioso, que é materializado na Lavagem do Bonfim, que tem como um dos símbolos, as famosas fitinhas do Senhor do Bonfim, onde o Catolicismo e as religiões de matrizes africanas se identificam.
À miscigenação cultural e antropológica que aconteceu no período colonial com a chegada dos portugueses e africanos, se juntou à tradição dos índios que aqui já habitavam. Com o tempo, essa mistura virou atração turística e se destacou do resto do Brasil com uma identidade própria. E hoje, são considerados patrimônios imateriais pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artísitico Nacional (Iphan) e Unesco.
Festa do Senhor Bom Jesus do Bonfim – E única em todo o Brasil e se tornou um dos maiores símbolos do sincretismo religioso no País. É realizada no segunda quinta-feira de janeiro em Salvador, e se transformou num dos principais atrativos da Bahia , unindo aspectos das culturas africana e portuguesa, marcadas pela religiosidade. Tombada como Patrimônio Cultural do Brasil pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), mescla a tradição da Igreja Católica, com novenas, celebração de missa, procissão pelas ruas da capital, com a tradição herdada pelas religiões de matrizes africanas, com as bençãos das mães e pais de santos, apresentações de grupos de afoxé e pela lavagem das escadarias, feita originalmente pelos antigos escravos, desde 1773.
Capoeira – Manifestação cultural herdada dos antigos escravos, no período colonial, sua arte/luta é uma das identidades não só de Salvador, mas do Recôncavo Baiano. Foi tombada em 2014 como Patrimônio Imaterial da Humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). Utiliza elementos místicos que fazem parte da cultura do baiano, como rituais introdutórios, as músicas e instrumentos que compõem a dança e a luta, como o berimbau, pandeiro e outros instrumentos de percussão, além do bater de palmas dos participantes.
Roda de Samba do Recôncavo Baiano – De saias rodadas e cheias de rendas multicoloridas, mulheres, negras em sua maioria, compõem essa espécie de balé popular de rua. A união das danças africanas à poesia portuguesa também deu origem à roda de samba do Recôncavo Baiano, que foi tombada em 2008 como Patrimônio Imaterial da Humanidade pela Unesco. Os participantes se organizam em círculo e cantam, enquanto as dançarinas ocupam o centro da roda e realizam os passos acompanhando o ritmo do samba.
Acarajé – A iguaria símbolo da Bahia, o famoso bolinho de feijão, antes oferecido aos orixás, é o prato que se encontra em todos os eventos típicos baiano. O patrimônio imaterial da Bahia também é manifestado do ofício das baianas do acarajé, tombado pelo Iphan. O acarajé é um dos ícones da gastronomia baiana, que em 2014 foi elogiada por 95% dos turistas estrangeiros que visitaram a capital do estado.