A “branquinha” é um muito mais que uma bebida alcoólica. É uma alquimia entre o produtor e pó consumidor, pois elaborada com qualidade, requer alguns procedimentos para ser degustada e por isso mesmo, controle rigoroso na sua elaboração. Da seleção da cana-de-açúcar ao seu preparo nos engenhos, ela obtém um selo de qualidade que garante a sua procedência, aroma e sabor. E a Bahia é um dos grandes produtores de cachaça artesanal no Brasil, que tem até uma rota que orienta os turistas.
No ano passado a Secretaria do Turismo da Bahia iniciou um trabalho para formatação da Rota dos Engenhos, com o objetivo de mapear os atrativos turísticos associados à produção de cachaça. O projeto contempla produtores artesanais da Chapada Diamantina, principal área produtora, em municípios como Lençóis, Abaíra, Rio de Contas, Livramento de Nossa Senhora e Paramirim, além de municípios do Oeste e Sudoeste do Estado e Vale do São Francisco.
Na Bahia a Setur estima que existam 18 municípios que produzem 19 diferentes tipos de cachaça artesanal. Marcas famosas, como as cachaças produzidas em Abaíra e em Rio de Contas já fazem parte do roteiro dos grandes produtores nacionais. Em Rio de Contas, a Fazenda Vaccaro, produtora de uma das bebidas mais famosas do estado, a Serra das Almas., tornou-se quase que um roteiro obrigatório de turistas que visitam a região. A propriedade oferece serviço de hospedagem e day use, e inclui atrativos como passeios pelas plantações de cana e de frutas, alambique e adega.
No município de Paramirim, a Cachaça Paramirim surgiu em 1996 e é hoje um dos nomes de referência nacional na produção artesanal, com selos Ouro e Prata e exportado para o exterior. No extremo oeste do Estado, o pequeno município de Feira da Mata produz uma das melhores cachaças no Brasil, a Limoeiro, que mantém uma tradição desde 1912.
Rota da cachaça – Atualmente a Rota da Cachaça, fundada pelos produtores Paulo Guedes, Ronaldo Rodrigues e Vânia Oliveira, foi criada em 2017 e abrange vários municípios baianos, com cachaças de renome nacional. Todas com premiações nacionais e selo de qualidade do Ministério da Agricultura.
Cachaça Limoeiro – Selo Prata e Ouro Umburana, produzida na Fazenda Limoeiro, município de Feira da Mata, desde 1912.
Cachaça Paramirim – Selo Prata e Ouro Carvalho, produzida na cidade do mesmo nome, Chapada Diamantina desde 1996.
Cachaça Serra das Almas – Selo Prata e Ouro Orgânica, produzida na Fazenda Vacaro, município de Rio de Contas, desde 1999.
Cachaça Poço da Pedra – Selo Prata e Ouro Bálsamo e Jequitibá Rosa, produzida na Fazenda Barriguda, município de Caculé, desde 1982.
Cachaça Caraguataí – Selo Ouro e Prata, produzida na Fazenda Bananeira, município de Jussiape, desde 1968.
Cachaça Abaíra – Selo Ouro e Prata, produzida na forma de cooperativas nos municípíos de Abaíra, Jussiape, Mucugê e Piatã, desde 1996.
Cachaça Supremacia – Selo Prata e Ouro Jequitibá, produzida na Fazenda Salinas, município de Urandi, desde 2006.
Cachaça Matriarca – Selo Prata e Ouro Umburana, Jaqueira e Bálsamo, produzida na Fazenda Cio da Terra Limoeiro, município de Caravelas, desde 1991.
Cachaça Rio do Engenho – Selo Ouro e Prata, produzida no município de Ilhéus desde 2005.
Cachaça Amada – Selo Ouro e Prata, produzida na Fazenda Santo Antonio município de Dias D`Ávila, desde 2009.
Cachaça Paratinga – Selo Ouro e Prata, produzida na Fazenda Paratinga, município de Paratinga, desde 1946.
Cachaça Velho Casarão – Selo Prata, produzida na Fazenda Piripá, município de Piripá, desde 1948i.
Cachaça Santo Onofre – Selo Ouro e Prata, produzida na Associação dos Produtores do Vale de Santo Onofre, município de Paratinga, desde 2002.