Três fatos poderiam ser considerados marcantes para fazer de Dias D’Ávila a encantadora cidade que é, uma espécie de paraíso na Região Metropolitana de Salvador, onde nem mesmo o frenesi de algumas indústrias do Polo de Camaçari, erguidas em seu território, consegue interferir no jeito único de viver nessa cidade.
Comecemos pela sua origem rural, mas de vocação comercial. Isso coisa do século XVII, quando abrigava a Feira de Santo Antônio do Capume, a primeira feira agropecuária da Bahia, se tornando um dos maiores centros de comercialização de gado, antes mesmo de Feira de Santana assumir essa condição, na Bahia. Em 1928 a antiga feira passou a se chamar Dias D’Ávila, que em maio de 1979, foi elevada a município, conseguindo sua emancipação cerca de 6 anos mais tarde.
O segundo fato que inseriu Dias D’Ávila no cenário dos destinos mais procurados da Bahia no século passado está ligado a qualidade de seu manancial aquático. Com a descoberta das qualidades terapêuticas das águas do Rio Imbassai, Dias d’Ávila passou a ser considerada área de veraneio, sendo a lama medicinal do Rio usada para tratamento de doenças de pele.
Banhar-se nas águas puras e ricas em termos minerais de Dias D’Ávila tornou-se roteiro dos baianos de todas as classes sociais e mesmo quando outros destinos na costa passaram a dividir as atenções desses visitantes, suas águas jamais deixaram de encantar.
E é por conta delas que a cidade ganhou um filho adotivo e muito querido: o eterno maluco beleza Raul Seixas. Até por estar bem adiante do seu tempo, Raul Seixas descobriu Dias D’Ávila como seu paraíso secreto e eram raros os fins de semana ou semanas inteiras que não aparecesse para se banhar nas águas do Rio Imbassai. Ele e a família. Sim, porque os Seixas tinham um reduto em Dias D’Ávila, onde o futuro ídolo se divertia nas águas puras do Rio Imbassaí.
Raul se foi, mas sua imagem segue imortalizada na cidade, numa praça, e as águas que tanto lhe seduziam tornaram-se fonte de riqueza para o município. Hoje, Dias D’Ávila comercializa sua água mineral como uma das mais puras do Brasil, usada também na fabricação de refrigerantes e cerveja.
Afora isso, a base econômica do município gira em torno do complexo do cobre e do Pólo Empresarial, com a decisiva participação do poder público municipal que procura fazer de Dias D’Ávila uma cidade modelo.
O município conta ainda com o desenvolvimento da fruticultura e pecuária. E tem ainda reservas naturais extremamente valiosas, como a areia e o caulim. E na agricultura destaca-se ainda pelo cultivo da mandioca, batata doce, coco, milho e banana.
Por tudo isso, vale à pena conhecer esse paraíso que fica há apenas 50 km de Salvador, onde a natureza foi generosa em termos de riquezas naturais e seu povo tratou de fazer a qualidade de vida sua segunda riqueza, senão a mais importante do município.