A primeira recomendação é que se prepare da melhor forma possível, pois em todo o coração do Centro Histórico de Salvador, que compreende as ruas do Pelourinho e o Terreiro de Jesus, até a Ladeira do Carmo, não é permitido o trânsito de veículos. Portanto, se não tiver um guia – e você não vai precisar -, passe em um dos postos de atendimento turístico, no Elevador Lacerda ou no próprio Pelourinho, pegue um mapa e vá conhecer não apenas da beleza arquitetônica e artística e cultural que compõem esse Patrimônio Histórico tombado pela UNESCO, mas o seu povo e suas histórias.
Comece pela Praça Municipal, em direção à Rua da Misericórdia e de lá em direção à Praça da Sé. Ali estão fragmentos das ruínas da primeira catedral e o monumento da Cruz Caída, de onde se pode ver parte da Baía de Todos os Santos e a Ilha de Itaparica. Mas não se demore, vá em direção ao Terreiro de Jesus, logo na entrada a imponente Catedral Basílica, uma construção de 1657 e sede matriz da Igreja na Bahia e primeira Arquidiocese do Brasil. Foi construída no período Barroco, mas exibe um estilo manerista, com fachada e interior em pedra lioz importada de Portugal.
Um pouco mais adiante, daí o porquê o nome Terreiro de Jesus, é completado pelas igrejas de São Pedro dos Clérigos, São Domingos, São Francisco e Ordem Terceira do São Francisco . Dessas, a igreja de São Francisco prima pela beleza do seu interior, todo revestido em outro, e ao lado, a da ordem terceira, com fachada em barroco neoclássico.
Mas o Terreiro de Jesus não é só composto por igrejas. Ali fica a famosa Cantina da Lua, um restaurante boêmio e tradicional, e o Cantinho do Cravinho, um ponto de encontro de artistas, intelectuais e turistas, que aprecia as bebidas exóticas e preparadas manualmente.
Seguindo em frente – Em qualquer direção o casario colonial bem preservado é um convite a um passeio pela história do Brasil Colonial. Se optar pela descida da ladeira da rua Gregório de Matos, a primeira Faculdade de Medicina do Brasil, prédio anexo à Catedral Basílica, revela a importâncias de Salvador, primeira capital do Brasil, no contexto da história do País. Ali mesmo, um pouco mais abaixo, se chega ao Largo do Pelourinho, de onde se tem uma visão mais completa do conjunto arquitetônico e dos antigos limites da cidade, nas Portas do Carmo.
Na ladeira oposta, que corre em paralelo à Igreja do São Francisco, na Rua Maciel de Baixo, estão a sede do Museu Tempostal, a sede do Instituto dorimônio Artístico e Cultural, e do bloco Olodum e do Afoxé Filhos de Gandhy. Ali perto, os largos Tereza Batista, Quincas Berro D`Água e Pedro Archanjo, onde se realizam shows e apresentações artísticas.
O Largo – O largo é enladeirado, mas onde todas as manifestações culturais do Centro Histórico acontecem. Desse ponto pode-se ver o conjunto arquitetônico na sua amplidão, tendo à direita eclética Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, onde é comum nas celebrações as manifestações do sincretismo religioso baiano, com misturas do Catolicismo com as religiões de matrizes africanas.
O Carmo/Santo Antonio– Reserve um pouco das energias e fôlego e alongue a visita até o Largo do Carmo e vá até o bairro do Santo Antonio (chamado de Além do Carmo – porque era no Carmo que a cidade termina, no início do século XIX).Então desça a Ladeira do Pelourinho e suba a ladeira em frente. No alto, o antigo Convento e Pousada do Carmo, hoje transformado em um luxuoso hotel.
O prédio é classificado pela UNESCO como Patrimônio Mundial. O Convento foi construído em 1586 pela Ordem dos Freis Carmelitas e fica entre as igrejas da Ordem Primeira do Carmo, e Ordem Terceira do Carmo, construídas entre 1788 e 1803.
Bem, se depois disso ainda tiver fôlego e energias suficientes, aproveite o por do sol em qualquer um dos bares ou restaurantes das ruas estreitas do Santo Antonio Além do Carmo, antigo bairro-residência da aristocracia de Salvador até a primeira metade do século XIX e relaxe com a bela visão da Baía de Todos os Santos.