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Ícones do turismo: Cidade da Música e Mercado Modelo

Publicado em: 30/04/2024
Por: Adilson Fonsêca
Atenção: Caso qualquer das fotos que ilustram essa matéria seja de sua autoria nos informe via WhatsApp (71) 9.9982-6764 para que possamos inserir o crédito ou retirar imediatamente.

A chegada de Salvador pelo mar oferece uma das mais belas vistas do litoral brasileiro. Antes de desembarcar nessa que foi a primeira capital do Brasil, fundada em 1549, o visitante se deslumbra com seus quase 50 quilômetros de praia, a partir do Farol de Itapuã, os contornos das praias do Rio Vermelho e da Barra, a entrada da Baía de Todos os Santos, e o contraforte natural que separa a Cidade Alta da Cidade Baixa. E é nesse sopé de morro, onde desembarcavam portugueses da época do Brasil Imperial, que estão dois símbolos do moderno turismo de Salvador: o Mercado Modelo e o recém inaugurado Museu Cidade da Música;

Os dois equipamentos estão instalados na região do Comércio, o primeiro, datado do início do século XX, é o maior centro de artesanato do Estado, com 263 lojas e quiosques, e dois restaurantes típicos onde se comercializam os mais variados produtos feitos no Recôncavo Baiano e cidades do interior, e artigos de candomblé e umbanda, além de variados souvenires do tipo “lembranças da Bahia”. Seu prédio fica quase que debruçado sobre a pequena enseada onde antigamente ancoravam, saveiros trazendo produtos do Recôncavo Baiano para abastecer a capital.

Já o segundo equipamento foi inaugurado no ano passado e representa o que há de mais moderno em termo de uso de estrutura física restaurada, e de alta tecnologia no seu interior, que proporcionam um verdadeiro mergulho no passado, presente e futuro da produção sonora da primeira capital do Brasil. Nesse espaço, a partir de um prédio colonial totalmente recuperado, o Casarão dos Azulejos Azuis, conta-se, com modernos recursos áudiovisuais, a história da música na Bahia

Berço de grandes artistas da MPB, samba-reggae, rock, pagode, axé e de diversos gêneros e ritmos, O Cidade da Música, resgata a história da principal manifestação cultural da cidade. Além disso, também tem um centro cultural de produção de novas linguagens musicais, com aparelhamento técnico e estúdios para promover novos movimentos.

O Museu Cidade da Música da Bahia possui 1.914,76 m² de área construída e possui quatro pavimentos, cuja imersão dos visitantes é proporcionada através da mais moderna tecnologia utilizada atualmente. O piso térreo conta com hall de entrada, recepção/bilheteria, salão de estar, café, loja, biblioteca, midiateca, centro de pesquisa, área de infraestrutura do centro cultural, secretaria, depósito, copa e área de funcionários. A partir daí, a viagem ao universo sonoro da capital baiana é monitorada através do próprio smartphone do visitante, a partir do sistema da Cidade da Música a ser acessado através de QR Code e mediante preenchimento do cadastro.

Demais pavimentos – Os pavimentos superiores abrigam acervos permanentes e estão sob as curadorias do antropólogo Antonio Risério e do arquiteto e artista Gringo Cardia, que também atuaram em outro equipamento municipal: a Casa do Carnaval da Bahia, na Praça da Sé. No primeiro andar da Cidade da Música, os visitantes se deparam com a exposição “A Cidade de Salvador e Sua Música”, que retrata bairros da cidade e suas músicas, histórias, depoimentos e novas tendências. O local dispõe de recursos audiovisuais através de uma grande maquete interativa, três grandes telas de projeção, estações de consulta e estúdio para gravação de depoimentos.

No último pavimento da Cidade da Música da Bahia, há opções para os entretenimentos educativos. Há três estúdios de gravação de clipes karaokê onde o visitante escolhe um fundo gráfico e, ao final, tem seu clipe pronto para postar em redes sociais. Uma estação de vídeo mostra todos os clipes que foram gravados. O conteúdo é acumulativo e dá para pesquisar quem gravou. O cardápio de variedades segue com a sala do “Rap e Trap, poesia consciente” que mostra vídeos de vários rappers, trappers e poetas de todo o Brasil, em especial os artistas jovens da Bahia. Esse espaço tem um pequeno tablado no qual o visitante pode recitar seu rap ou poesia.

Mercado Modelo

Quando foi inaugurado em 9 de dezembro de 1912, o Mercado Modelo era o principal centro de abastecimento da cidade de Salvador. Ali se comercializavam gêneros alimentícios, frutas, verduras, carnes, aves, peixes, farinhas, camarões salgados, as pimentas recém-colhidas, charutos do Recôncavo e cachaças de alambiques de toda Bahia. Produtos esses que chegavam de cidades, fazendas ao longo do Recôncavo, nos saveiros. e das pequenas roças ao redor da cidade.

O primeiro prédio que sediou o Mercado Modelo ficava entre a Casa da Alfândega, prédio atual, e a Escola de Aprendizes de Marinheiro, em frente a rampa do Mercado. Somente em 1971, após mais um incêndio, ocorrido em 1969 que destruiria completamente o antigo prédio, o Mercado Modelo se mudaria para Casa da Alfândega, imponente prédio federal, tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional IPHAN, em 1966. O prédio reproduz formas neoclássicas consagradas da segunda metade do século XIX, com uma planta quadrada e uma construção circular ao fundo, que antes servia para atracamento dos navios de mercadorias.

Hoje o local é considerado o maior Shopping de Artesanato do Brasil, com sua variedade de lojas, onde podem ser encontrados os mais variados tipos de artesanato e produtos típicos da Bahia. São 263 lojas, entre elas, dois restaurantes e diversos minibares e mini restaurantes, dispostos em dois pisos que ocupam o prédio de estilo neoclássico, construído em 1861 para ser utilizado como terceira alfândega de Salvador. Por ali passam aproximadamente 80% dos turistas que visitam a cidade, atraídos não só pelo artesanato e produtos de umbanda, mas também pelas rodas de capoeira ao som dos berimbaus e caxixis, que retratam o espírito de animação da Bahia.

No espaço de 8.410 m², são encontrados uma enorme variedade de artesanato e artigos típicos da Bahia: instrumentos musicais típicos, Berimbaus, confecções, redes, entalhes em madeira, rendas e cestaria da Ilha de Maré, bordados e trançados, bijuterias e adereços, peças de decoração e utilitários, feitas de couro, ferro, palha, madeira e cerâmica, as famosas bonecas de pano vestidas de “baianas’’, figas, patuás, pencas de balangandãs, fitinhas do Senhor do Bonfim e objetos religiosos, católicos e do candomblé.

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