Um Parque Marinho na melhor praia de Salvador. É imperdível

As águas ficaram ainda mais cristalinas, um convite para dar aquele mergulho. A Praia da Barra – Farol e Porto – considerada a melhor de Salvador, brilha por tudo. A bela vista, um pôr do sol indescritível, uma pequena enseada onde desembarcou Thomé de Souza, em 1549, um dos principais points da capital baiana, e com um farol que é referência nos cartões postais de turismo da Bahia. Pois é, agora a Barra ganha um novo atrativo: um Parque Marinho.

Primeiro parque marinho contíguo ao continente do país, o equipamento, previsto no novo Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano (PDDU), foi criado na Barra, entre os fortes de Santo Antônio (Farol) e Santa Maria, em uma área da Baía de Todos-os-Santos equivalente a quase 100 campos de futebol (701.799,48 m²).

O decreto assinado pelo prefeito ACM Neto prevê a preservação natural e dos resquícios históricos da área englobada pelo parque. Haverá, ainda, o fomento de atividades ligadas ao turismo ecológico, pesquisas científicas e práticas de educação ambiental, em uma iniciativa coordenada pela Secretaria Municipal de Sustentabilidade, Inovação e Resiliência (Secis).

Após o decreto que regulamenta a atividade, os próximos passos serão a implantação de boias que irão demarcar a área do parque e em seguida serão definidas as regras para o uso do parque, a exemplo da proibição da pesca predatória e a regulamentação do trânsito de embarcações motorizadas, em parceria com fiscalização da Marinha.

Preservação – Até 2020, a Prefeitura prevê ainda a implantação de sete parques com características de área protegida e unidade de conservação. Pioneiro no país, o Parque Municipal Marinho, criado a partir da legislação federal vigente, engloba três naufrágios que ocorreram na região da Barra nos séculos XIX e XX: o Bretagne (1903), Germânia (1876) e o Miraldi (1875). O parque foi idealizado por um grupo de moradores da Barra, admiradores do ambiente marinho, e, desde 2016, a sua criação é apoiada pela Prefeitura, por meio da Secis.

A área do parque possui uma riqueza ambiental e ecológica muito grande e tem importância para o turismo, visto que muitos mergulhos são realizados no local, por se tratar de um berçário da vida Marinha. Além disso, deverão ser criados corais artificiais, a partir de embarcações que, sem uso, poderão ser usadas, depois de afundadas no local, com tais finalidades, para reforçar ainda mais a prática do mergulho turístico na área.

Repovoamento – Segundo pesquisadores, um dos resultados esperados com a criação do parque é o repovoamento da área por espécies de peixes que deixaram de existir no local ou que estão cada vez mais raros. O aumento dessas espécies vai beneficiar também regiões próximas. A prática de mergulho de contemplação, surf, SUP, barcos à vela, natação e outras que não gerem prejuízos continuarão sendo realizadas no local.

Em novembro de 2018, a implantação do Parque Municipal Marinho da Barra foi discutida em audiência pública realizada no Instituto de Biologia da UFBA, em Ondina. Participaram especialistas em meio ambiente, representantes do 2º Distrito Naval da Marinha, moradores do bairro e estudantes, além de representantes da Prefeitura. O projeto de implantação da área de conservação foi elaborado com base em estudos desenvolvidos pela Ufba, Unifac e IFBahiano, e com o grupo Fundo da Folia.