De repente você está passeando pelo Pelourinho, mas precisamente pelo Largo do Terreiro de Jesus e à sua frente se depara com dois monumentos arquitetônicos de rara beleza: a Igreja de São Francisco, e ao lado dela, a Igreja da Ordem Terceira do São Francisco. A primeira é bem conhecida, pois tem o seu interior, dos alteres, nave principal e altares laterais, banhados em ouro. Mas a segunda é menos falada.
Mas o fato de ser menos referencial para o turista, não deixa de impressionar a quem olha a partir do Largo do Terreiro de Jesus: a sua fachada, toda trabalha em detalhes e afrescos de alto relevo, na mais completa expressão do Barroco no Brasil.
A Igreja e Convento da Ordem Terceira de São Francisco é uma edificação histórica que retrata um dos mais significativos períodos da história da Bahia. Foi erguida entre os séculos XVII e XVIII e é uma das mais singulares e ricas expressões do Barroco brasileiro, apresentando, em especial a igreja, uma faustosa decoração interior. Apresenta fachada em pedra arenito/ lavada e é o único exemplar no Brasil que remete ao barroco espanhol.
A atual igreja teve sua pedra fundamental instalada em 1º de janeiro de 1702, mas foi reconstruída em 1799, após um incêndio. Sua fachada é esculpida em pedra arenito, a única do tipo no Brasil. O templo abriga preciosas obras de arte sacra, como a escultura do Senhor morto, de autoria de Francisco das Chagas Xavier, em que as gotas de sangue são representadas por rubis. A decoração original, em talha barroca, foi substituída pela neoclássica entre 1827 e 1828. Possui belos painéis de azulejos portugueses.
Única no Brasil – Em todo o território brasileiro não existe obra similar à igreja da Ordem terceira do São Francisco. Por isso mesmo o conjunto arquitetônico (igreja e convento) foi tombado Pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) e é as pelo classificado como uma das Sete Maravilhas de Origem Portuguesa no Mundo.
O projeto arquitetônico é de Gabriel Ribeiro, considerado um dos introdutores do barroco no Brasil. No teto encontram-se pinturas criadas por Franco Velasco. O local também abriga o único conjunto de azulejaria português que representa a cidade de Lisboa, em Portugal, antes do terremoto de 1755.
A Sala dos Santos abriga imagens, em tamanho natural, como o Senhor no Horto, o Senhor na prisão, o Senhor dos Açoites, o Senhor da Pedra Fria, o Senhor na presença de Pilatos, o Senhor dos Passos, Nossa Senhora da Conceição, Maria Santíssima e Nossa Senhora das Dores. Algumas peças participam da procissão das Cinzas, que teve início em 1648.
Fachada – Pelo seu ineditismo no cenário arquitetônico brasileiro e pela sua e riqueza plástica e iconográfica, a fachada já foi objeto de atenção de vários historiadores. O nível térreo é vazado por três portas em arco redondo, sendo a central mais larga e alta. São fechadas por portas com almofadões em relevo. Sobre as duas laterais se abrem óculos elípticos.
As pilastras assumem uma forma de quartelões (pilastras misuladas), com capitéis que ostentam mascarões e são coroados por volutas jônicas. Na aduela do portal do centro há um pequeno medalhão onde consta a data da construção e a inscrição SPPM, que significa “Ao seráfico Pai, esta igreja foi construída merecidamente”. Acima deste elemento, os torsos de duas sereias ladeiam uma coroa de espinhos com o monograma IHS, significando “Jesus Salvador dos Homens”
SERVIÇO
Missas: apenas em festas comemorativas
Visitação: Igreja e Museu de Arte Sacra, de seg a dom, das 8h às 12h e 13h às 17h.